quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Estradas.

As vezes você se depara com uma estrada que se liga ao horizonte e parece não levar a lugar algum. O cenário muda, mas a estrada é sempre a mesma. Contínua. As vezes essa estrada se perde entre direitas e esquerdas, e você tem que fazer uma escolha. As vezes você se perde e não sabe o caminho de volta. Aliás, caminho de volta para onde?

Acho que eu sempre estive perdida. Então não importa muito que caminho eu vá seguir, mas eu sei aonde quero chegar. Mas não há um porto, um início, um lugar para onde eu sempre possa voltar. Por isso cada escolha pesa de uma maneira insustentável.

E a gente carrega o peso dos erros por muito tempo. Não há como simplesmente abandona-los e seguir em frente. Eles precisam se transformar em acertos pelo caminho.

Você pode não estar sozinho, mas a estrada é um fardo seu. Cada um tem sua própria estrada, suas próprias escolhas, seu próprio rumo.

As vezes a gente apenas caminha de mãos dadas com a incerteza. As vezes tudo que temos é nossa própria sombra. As vezes.

As vezes a gente se prende a um caminho circular, que se repete infinitamente. Mas é tudo questão de saber lidar com a situação. A gente entra em pânico. A gente sente medo. E o medo tapa os olhos. Ficamos cegos pelo desespero. Assim fica fácil errar... Mas sempre há uma escapatória.

Não vale parar no meio do caminho. Não vale adiar o fim da estrada. Não vale por ponto final onde cabem vírgulas.

Todos as escolhas levam para o mesmo fim. Os caminhos que você segue são a sua vida, mas o final já é pré-definido.

E todos têm o mesmo final.

2 comentários:

Unknown disse...

A gente caminha para morte, mas o que determina o pesar da mesma, é a intesidade da vida.
Sempre disse que o prazer está no ponto de vista.
E pra quem está perdido qualquer caminho é 'válido'.

Mardhem Maciel disse...

Cada um carrega a própria cruz que lhe foi encarregada como fardo ainda no berçário, como se predestinados a uns mesmos inícios e fins, mas meios diversificados e temos que aprende a lidar com isso, a lidar com expectativas, escolhas, vontades, necessidades e afazeres... Cada um tem a própria cruz e já nos pesa demais a nossa, acostumamo-nos com a dor e essa só é relembrada quando passamos a carregar a dos outros nas costas ou quando nos chicoteiam.