quinta-feira, 30 de julho de 2009

Esse lugar – que muitos teriam a audácia de chamar de lar - me faz querer vomitar . É cinismo e arrogância demais. São olhos fechados demais. Raiva (temporária) demais. É o tipo de amor que realmente magoa. Que dói.
Você estava sentada onde não queria, ou talvez, onde não deveria, e por que não os dois? Havia um vento frio envolvendo seu corpo, e você nem pareceu se incomodar, o frio era a menor preocupação no momento. Seus olhos estavam fixos em algum ponto distante, indiferente. Seu corpo físico e o mental não estavam no mesmo lugar. Talvez aquela sensação instantânea fosse ódio, talvez não. Conforme o tempo ia passando, você se sentia mais fria que o vento, agora era ele que precisava se aquecer. A esperança era um alucinógeno, você ouvia sons inexistentes, criava o que precisava ouvir, a escuridão da noite e a dos seus pensamentos eram sinônimas. Não, aquilo não era ódio, aquilo era orgulho. Por que seu orgulho não congelou com o frio, te deixando em paz? Talvez houvesse ódio naquilo, ódio de si mesma por ser tão... (...) Mas você encontrou calor, dentro e fora de si. Em seu corpo mental e corpo físico. Aquela sensação era completamente antônima às que sentira antes, você estava no lugar certo, afinal de contas. Aquilo era quente, era viciante, era... Amor. Isso soa clichê, soa piegas, soa qualquer coisa. Mas tudo bem, você quer sentir isso pelo resto da sua vida, porque qualquer lugar, ao lado dele, é o lugar certo.
É meio angustiante. Meus olhos vazios parecem olhar em volta e não sentir nada. Minha mente absorve as imagens e não consegue elaborar pensamento algum. É uma sensação tão leve, tão vazia. O peso da realidade parece ter descido de meus ombros e ter ido dar uma volta pelas ruas gélidas e escuras desse inverno. Sonhos não pesam, sonhos elevam. Se a realidade me traz para baixo, aliás, se a realidade me apresenta o fundo do poço, os sonhos me mostram como voltar à superfície.

Nem mesmo esse vento frio, que parece me dar tapas na cara, consegue me fazer reagir. É meu estado de “comando automático”. Meu corpo simula minha presença. Ainda bem que meus pensamentos sabem voar, e ainda bem que eles já conhecem a direção certa para o lugar certo. Minhas emoções se enterraram embaixo da minha pele fria. Elas vão dormir. Acordarão apenas quando meu corpo encontrar meus pensamentos que estão um tanto longe de mim agora, mas estão exatamente onde querem estar. Exatamente onde eu queria estar. Exatamente onde, agora, fisicamente, não estou.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Indiferente demais...

Talvez essa seja uma forma um tanto complexa de começar um texto. Mas é isso: Indiferença. É isso que a chuva faz. Ela lava a alma, ela acalma. É um estado de espírito um pouco incômodo, porque você quer sentir, e a chuva não deixa. Entende? É, talvez eu também não. Talvez nem seja indiferença, talvez seja apenas equilíbrio. Essa palavra tem estado muito presente nos dias atuais.

Uma verdade incontestável: Chuva é uma ótima companhia. Ela ouve calada e parece compreender. Claro, não no sentido literal. Na realidade, a chuva, mesmo sem vida, me entende muito melhor do que qualquer ser humano.

Gosto de tardes chuvosas de inverno. Gosto de não ter nada pra fazer. Gosto do equilíbrio. É.