quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dear clichê,

Fiquei surpresa com a densa neblina que envolvia tudo hoje de manhã. Eu mal podia ver o céu, e o sol se esforçava para que seus raios penetrassem aquela imensidão branca, mas sem muito sucesso. Em plena primavera, tudo que meus olhos viam era um horizonte cinza.

As manhãs são quase sempre iguais. É uma perda de tempo comentar sobre elas. Minha vida-propriamente-dita começa apenas no ponto final de cada manhã.

Estou me perdendo.

Tenho me escondido atrás de metáforas e frases na terceira pessoa do singular; Estou com receio de me encarar. Eu não entendo. Não sei explicar. Nem quero.

Mas à minha vida como um todo, eu vou sempre me referir em primeira pessoa do plural: Nós. Porque eu não existo sem ele. Não vivo mais no singular desde que ele entrou na minha vida, que aliás têm sido uma sequência de verbos contínuos: Cansando, desistindo, ganhando, perdendo, recomeçando, sentindo, vivendo e por último e mais importante, Amando. Sim, amar é ainda mais importante do que viver...


...Principalmente quando se trata de algo recíproco. Eu prefiro morrer a presenciar o fim disso. Que esse amor nunca cesse, que eu nunca te perca de vista.

domingo, 14 de novembro de 2010

Chovia muito naquela tarde. A cama próxima à janela nos permitia ouvir nitidamente os pingos caindo vorazes. O barulho de gotas d'água caindo do céu era a melodia que embalava o momento.
Entre nós, silêncio.
Havia muito a ser dito, mas naquele momento em especial, não era preciso. Nesses momentos o silêncio é mais eloquente do que qualquer palavra... E a gente aprende a ler nos olhos as palavras caladas.
Mergulhados na quietude de palavras, na canção da chuva, aconteceu algo que está impregnado em mim como uma de minhas melhores lembranças.
Ele me abraçou.
Simples assim. Ele-me-abraçou. Inesperadamente, ele me prendeu em seus braços. Me senti segura exatamente ali.
Pude ouvir seu coração batendo num ritmo tão acelerado quanto o meu, como se os dois estivessem dançando juntos. Sua respiração quente e ofegante se chocava contra meu pescoço e eu pude sentir espasmos percorrendo todo meu corpo.
Naquele momento ele era tão meu, e eu tão dele que eu poderia ficar assim para sempre. Mas o tempo não cessa.

A cada dia que se passava eu tinha certeza de que lembranças marcantes ocorreriam novamente, porque cada dia ao lado dele é único e essencial.
Nada se compara. Nada substitui.

Para sempre meu; Para sempre sua.