segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Para o que você está olhando? Para mim? Que parte de mim? A parte óbvia? Desafio-te a olhar mais atentamente. Olhe através da pele, das pupilas, das lágrimas, das minhas unhas mal-feitas e do meu cabelo bagunçado. Mergulhe em mim. Mas cuidado para não perder o fôlego.

Você precisa aprender a notar sorrisos falsos. Aliás, meus olhos vazios entregam meus sorrisos. Não se pode confiar em sorrisos, mas se pode confiar em olhares.


Eu quero que você veja além dos meus atos. Não a parte bruta, a ação em si. Eu quero que você analise como um todo. Como se eu fosse um retrato que está tentando compreender. Pode ser surreal. Não, não olhe a moldura, ela não significa nada. Olhe o que ela carrega. Está entendendo? Não consigo ser clara, mas você não deveria precisar de palavras. Meu silêncio é eloqüente. Só olhe para mim.

Não apenas olhar... Você tem que ver. E depois você tem que sentir. Por último, você tem que aceitar. Não, por último você deveria sentir o mesmo, porque o que eu sinto é bonito, é puro, e é tudo sobre você.

Amor? Não, não se trata apenas de amor. Voltando à metáfora anterior, se eu fosse um retrato, o amor seria a cor. O amor tira o preto e branco, dá vida, dá brilho, dá intensidade. Mas não é tudo. O que eu sinto por você vai além da lógica, da arte, do óbvio.

Apenas saiba que minha pele guarda seus toques como se fossem segredos. Minhas pupilas guardam sua imagem, que me mantém através da sua ausência. Minhas lágrimas guardam cada palavra não dita e cada memória.


Decifra-me.

Um comentário:

Caroline Carlette disse...

Incrível, Paula, incrível!
Gostei muito desse. :)