domingo, 14 de novembro de 2010

Chovia muito naquela tarde. A cama próxima à janela nos permitia ouvir nitidamente os pingos caindo vorazes. O barulho de gotas d'água caindo do céu era a melodia que embalava o momento.
Entre nós, silêncio.
Havia muito a ser dito, mas naquele momento em especial, não era preciso. Nesses momentos o silêncio é mais eloquente do que qualquer palavra... E a gente aprende a ler nos olhos as palavras caladas.
Mergulhados na quietude de palavras, na canção da chuva, aconteceu algo que está impregnado em mim como uma de minhas melhores lembranças.
Ele me abraçou.
Simples assim. Ele-me-abraçou. Inesperadamente, ele me prendeu em seus braços. Me senti segura exatamente ali.
Pude ouvir seu coração batendo num ritmo tão acelerado quanto o meu, como se os dois estivessem dançando juntos. Sua respiração quente e ofegante se chocava contra meu pescoço e eu pude sentir espasmos percorrendo todo meu corpo.
Naquele momento ele era tão meu, e eu tão dele que eu poderia ficar assim para sempre. Mas o tempo não cessa.

A cada dia que se passava eu tinha certeza de que lembranças marcantes ocorreriam novamente, porque cada dia ao lado dele é único e essencial.
Nada se compara. Nada substitui.

Para sempre meu; Para sempre sua.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo isso que você escreveu! Pessoas que escrevem coisas que me tocam tanto são tão raras! :)

Beijos @Blissreed