Há dias em que você acorda sufocando. Foi assim naquela manhã de dezembro.
A chuva costumeira de verão preenchia o ambiente e entrava pela fresta da janela; nada poderia substituir aquele cheiro. Fechar os olhos e respirar fundo fez com que eu me sentisse viva, mas ainda assim, sufocando. É o que acontece quando se vive em caixas.
É como se partir em milhões de pedaços e privar alguns da luz do sol. Essa é minha epifania de dezembro. Minhas caixas, meus vazios.
Porque quando o vento dança pelos espaços vazios, dói. Porque quando o sol e a chuva se deparam com o nada de mim, dói. Porque quando há apenas o eco de minhas perguntas percorrendo pelo nada, dói. Pois as respostas estavam onde agora é vazio, onde agora é nada.
Agora sou metade, sou parte. E parte de mim tem medo do escuro.
2 comentários:
Sou nova aqui,mais já adoro seus textos,são lindos,adoro também o que você escreve no twitter,me identifico muito. Beijinhos. Parabéns!
Maravilhoso como tudo o que você escreve.
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