domingo, 29 de março de 2009

escrito dia 6 de junho de 2008.













Ela se sentia vazia. Tão vazia quanto aquela sala de cinema. Ela tinha tudo, mas sentia como se não possuisse nada. Talvez seja a falta de valor que ela deveria dar as coisas. Talvez fosse apenas impressão. Não importa. Ela estava sentindo um vazio. Um vazio tão familiar que chegava a ser incômodo. Apenas uma vez ela sentiu isso. Uma vez foi o suficiente para sentir todo o chão desabando aos seus pés, antes mesmo que ela aprendesse a voar. Agora que ela aprendeu, acha injusto sentir o mesmo vazio de antes. Ela tem tudo. Tudo que necessita, pelo menos ela pensa que tem. O que falta, então?! Se ela soubesse a resposta, não estaria se perguntando. E naquele momento a sala vazia do cinema se abriu. Estava tão concentrada em seus pensamentos que não foi capaz de perceber. Estava cega, surda e muda durante seus delírios. E então, repentinamente, foi interrompida de seus pensamentos com um "Posso me sentar ao seu lado?". Um rapaz tão encantador quanto seus olhos azuis estava parado ao seu lado, segurando um pacote de pipocas e lançando a ela um sorriso tão doce quanto sua voz. A sala de cinema não estava mais vazia. E, bem, nem ela.

Nenhum comentário: