quinta-feira, 30 de julho de 2009

É meio angustiante. Meus olhos vazios parecem olhar em volta e não sentir nada. Minha mente absorve as imagens e não consegue elaborar pensamento algum. É uma sensação tão leve, tão vazia. O peso da realidade parece ter descido de meus ombros e ter ido dar uma volta pelas ruas gélidas e escuras desse inverno. Sonhos não pesam, sonhos elevam. Se a realidade me traz para baixo, aliás, se a realidade me apresenta o fundo do poço, os sonhos me mostram como voltar à superfície.

Nem mesmo esse vento frio, que parece me dar tapas na cara, consegue me fazer reagir. É meu estado de “comando automático”. Meu corpo simula minha presença. Ainda bem que meus pensamentos sabem voar, e ainda bem que eles já conhecem a direção certa para o lugar certo. Minhas emoções se enterraram embaixo da minha pele fria. Elas vão dormir. Acordarão apenas quando meu corpo encontrar meus pensamentos que estão um tanto longe de mim agora, mas estão exatamente onde querem estar. Exatamente onde eu queria estar. Exatamente onde, agora, fisicamente, não estou.

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